SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

terça-feira, 24 de março de 2009

Aos Neo-Cordelistas

Com a nova onda do cordel, o que tem aparecido de Neo-Cordelistas não está no gibi... está mais na net. Basta o cabra resolver escrever algumas linhas, publicar em formato de folhetos e dizer que é ‘cordelista’. Pronto! Muitos deles não aceitam nem críticas construtivas. Pensando nisto, e em resposta a um esforçado poeta que se apresentou querendo aprender a fazer cordel, o nosso confrade e amigo, Arievaldo Viana, ‘cearense rei da gota!’, manda um recado para aqueles que quiserem aprender como fazer e escrever cordéis. (Kydelmir Dantas - Mossoró-RN).
Aos Neo-cordelistas
Arievaldo Viana (*)

Meu prezado cordelista
Gosto de interagir
Com poetas populares
Portanto vou sugerir,
Nosso cordel também tem
Regras pra gente seguir

A sextilha é uma estrofe
Que mostra no seu contexto
Seis versos de sete sílabas
E apresenta o seu texto
Rimando o segundo verso
Com o quarto e com o sexto

Na construção da sextilha
Os versos ímpares que são:
Primeiro,terceiro e quinto
Desses a sua função
É dar seqüência ao assunto
Também chamado oração

E a contagem silábica
Também não pode faltar
É dela que vem a métrica
Tem que saber separar
Sem a cadência das sílabas
Não dá pra metrificar

Tem mais, a sílaba poética
Vem de modo especial
No verso ela se difere
Da sílaba gramatical
Pois a última sílaba tônica
É do seu verso o final.

Portanto, meu jovem amigo
Procure de hoje em diante
Seguir as regras poéticas,
Não pense que sou pedante
Isto é só um incentivo
Pra você seguir avante.

Poeta cordelista, sócio da SBEC.

Um comentário:

Marcos Mairton disse...

Quer dizer que a coisa está desse jeito, Kydelmir? Não pensei que a renovação do cordel houvesse chegado a tanto. De qualquer forma, vale o alerta do mestre Arievaldo para os que estão começando...

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