Cartaz do Filme de ColberttNatal era uma cidade acanhada no início da década de 70. Aí chega um bando de atores e técnicos cabeludos, com a cara de hippies, todos armados de quilos e quilos de equipamentos e ocupam a Pedra do Morcego. Trata-se das filmagens finais de Jesuíno Brilhante, um filme do cineasta potiguar William Colbertt, que vinha sendo rodado em Mossoró, Patu e Açu. Faltava uma seqüência na gruta onde os cangaceiros se tocaiavam e a equipe achou nas pedras da Praia do Meio, uma ótima locação. “A partir daí, a praia passou a se chamar Praia dos Artistas”, garante o fotógrafo do filme, Carlos Tourinho, que está em Natal para fundar uma seção da Associação Brasileira de Documentaristas.
Essa produção, rodada em Eastmancolor, em apenas 45 dias do ano de 1973, contava com o modesto orçamento de 380 mil cruzeiros, colocou o nome de William Cobbett entre os cineastas do gênero “Cangaço” que conheceu o seu apogeu nessa época da História do Cinema Nacional. E o filme foi mesmo um sucesso, apesar de suas visíveis limitações devido ao orçamento.
A imprensa da época não foi muito condescendente com o projeto. Em uma revista tem o seguinte registro: “Um filme digno, embora insatisfatório, sobre o bandido gentil-homem da Serra dos Cajueiros, Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro, foi produzido e dirigido por William Colbertt. Consegue mostrar o espírito complexo, místico, paciente, romântico e intimorato do sertanejo nordestino, mas preso à verdade histórica reproduz casos que não despertam as emoções da fábula. Argumento e roteiro de Colbertt, fotografia de Carlos Tourinho, música de Mário Pariz. O protagonista do nordestern foi Néri Vitor, com Vanja Orico, Waldir Onofre e Hilda Melo”.
O Diário de Natal também registra em 27 de fevereiro de 1972, através de seu correspondente em Mossoró: “Jesuíno Brilhante já está no seu final de filmagem, com 70% já rodados. As filmagens agora estão sendo efetuadas em Mossoró.” E segue narrando as cenas que estão sendo filmadas. Depois anota: “As últimas filmagens se procederão em Tibau e Patu. Na primeira – praia de Mossoró – será a cena de invasão aos armazéns de cereais”.
SECA
O repórter continua o comentário e dá uma informação nova: o número de dias das filmagens não bate com o registro anterior. “Nos últimos dias, com o atraso da filmagem, inicialmente prevista para 30 dias e agora quase 80, há cenas em plena caatinga”. Tourinho lembra com saudades dessas filmagens.
WILLLIAM COLBERTT
Essa produção, rodada em Eastmancolor, em apenas 45 dias do ano de 1973, contava com o modesto orçamento de 380 mil cruzeiros, colocou o nome de William Cobbett entre os cineastas do gênero “Cangaço” que conheceu o seu apogeu nessa época da História do Cinema Nacional. E o filme foi mesmo um sucesso, apesar de suas visíveis limitações devido ao orçamento.
A imprensa da época não foi muito condescendente com o projeto. Em uma revista tem o seguinte registro: “Um filme digno, embora insatisfatório, sobre o bandido gentil-homem da Serra dos Cajueiros, Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro, foi produzido e dirigido por William Colbertt. Consegue mostrar o espírito complexo, místico, paciente, romântico e intimorato do sertanejo nordestino, mas preso à verdade histórica reproduz casos que não despertam as emoções da fábula. Argumento e roteiro de Colbertt, fotografia de Carlos Tourinho, música de Mário Pariz. O protagonista do nordestern foi Néri Vitor, com Vanja Orico, Waldir Onofre e Hilda Melo”.
O Diário de Natal também registra em 27 de fevereiro de 1972, através de seu correspondente em Mossoró: “Jesuíno Brilhante já está no seu final de filmagem, com 70% já rodados. As filmagens agora estão sendo efetuadas em Mossoró.” E segue narrando as cenas que estão sendo filmadas. Depois anota: “As últimas filmagens se procederão em Tibau e Patu. Na primeira – praia de Mossoró – será a cena de invasão aos armazéns de cereais”.
SECA
O repórter continua o comentário e dá uma informação nova: o número de dias das filmagens não bate com o registro anterior. “Nos últimos dias, com o atraso da filmagem, inicialmente prevista para 30 dias e agora quase 80, há cenas em plena caatinga”. Tourinho lembra com saudades dessas filmagens.
WILLLIAM COLBERTT
Hoje é Dia do Cinema Nacional. Aproveitamos para registrar o falecimento no Rio de Janeiro, do cineasta William Colbertt, o norte-riograndense de Assu, responsável pelo filme Jesuíno Brilhante. Este filme foi rodado parte em Mossoró, no atual Centro Histórico Cultural. William Cobett sonhou com a instalação de um pólo cinematográfico em Assu, sua terra natal. Morre sem esta realização, no último final de semana.
FONTE: Informe JB de 19.06.1991
(*) Professor, jornalista escritor e pesquisador, de Marcelino Vieira-RN. Sócio- fundador da SBEC.
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