SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Revista "Brasileiros" - Retificações

Kydelmir Dantas (*)Srs. Editores da Revista Brasileiros.
Nós que fazemos parte da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, com sede em Mossoró (RN) e com sócios espalhados pelo Brasil, sabemos o quanto é passível de erros, más interpretações e até informações repassadas erradas para determinadas matérias, principalmente ligadas à História do Nordeste. Por isto, e em nome da História e da memória dos Mossoroenses, estamos encaminhando esta nota, que gostaríamos fosse publicada.

Retificações sobre A RESISTÊNCIA DE MOSSORÓ AO BANDO DE LAMPIÃO

Na revista nº 12 - julho 2008 – nas páginas memória / cangaço I - Mossoró, a cidade que escorraçou Lampião - assinada pelo jornalista Esdras Marchezan, há algumas informações carentes de correções e/ou retificações a fazer.
1 - A resistência mossoroense aconteceu sem o apoio da Polícia.
(Retificação) Houve o apoio, sim. Quem montou a estratégia da defesa, juntamente com o prefeito Rodolpho Fernandes e o Engenheiro Sabóia Filho, foi o Tenente da PM do estado Laurentino de Morais e o Sargento Abdon Nunes e contavam com mais 20 companheiros de farda espalhados nas diversas trincheiras.
2 - O Coronel Antonio Gurgel, que havia saído de Natal com destino a Mossoró.
(Retificação) Esse senhor, estava indo de Mossoró para Pedra de Abelha, atual cidade de Felipe Guerra, quando foi aprisionado e feito refém pelos cangaceiros. O citado bilhete foi escrito por ele para o Prefeito, a mando de Lampião.
3 - Eram pouco mais de 80 cangaceiros.
(Retificação) Não passou de 60 o número de cangaceiros no ataque. Inclusive alguns ficaram vigiando os quatro reféns e as montarias, num sítio à entrada da cidade.
4 - Durante uma hora e meia.
(Retificação) Segundo os participantes da resistência, jornais da época e depoimentos, o ataque não durou nem uma hora.
5 - Colchete foi acertado com um tiro que lhe arrancou a cabeça.
(Retificação) Não foi um tiro de foice. A bala que acertou-lhe a cabeça foi de um fuzil e o laudo cadavérico, datado de 18/06/1927, é bem claro sobre o corpo do falecido.
6 - Ao avistar as torres das igrejas de São Vicente, Alto da Conceição e Matriz de Santa Luzia.
(Retificação) À época as 4 torres existentes eram: duas da Igreja Matriz, uma da Capela de São Vicente e uma da Igreja do Coração de Jesus. No Alto da Conceição havia uma pequena Capelinha, cuja torre nem existia, onde, de sua calçada os cangaceiros foram vistos pelo dentista Antonio Brasil, situado numa das torres da Igreja Matriz, com o uso de um binóculo.
7 – CHUVA DE BALAS. O espetáculo teatral encenado no adro da Capela de São Vicente, há sete anos foi dirigido por atores consagrados do teatro nacional: Antonio Abujamra, Marcelo Flecha, Gabriel Vilela e Fernando Bicudo.
(Retificação) Como diretores do espetáculo CHUVA DE BALAS NO PAÍS DE MOSSORÓ, com texto do Tarciso Gurgel, destes nomes apresentados apenas Antonio Abujamra foi diretor, inclusive no primeiro ano (2002); após este, o espetáculo, por cinco anos, foi dirigido pelo ator e diretor potiguar JOÃO MARCELINO, e, no último mês de junho 2008, pelo paraibano Eliézer Rolim.
Muito gratos pela compreensão, colocamo-nos à disposição para dirimir quaisquer dúvidas com relação à Resistência dos Mossoroenses.

(*) Pesquisador e sócio da SBEC.

Nota da SBEC: As retificações foram publicadas na Edição 16, de novembro/2008, capa abaixo.

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