Após seis anos do lançamento da pedra fundamental, a Prefeitura de Alagoa Grande, em parceria com o Ministério do Turismo, entregou à Paraíba, nessa sexta-feira (19 de dezembro), às 16h, o Memorial Jackson do Pandeiro, instalado na Rua Apolônio Zenaide, 687, bem no centro da cidade.Discos, objetos, documentos, fotografias, vestuários, entre centenas de peças, reunidos por familiares, amigos, colecionadores, pesquisadores e artistas, estarão em permanente exposição, a partir de agora.
O espaço, um casarão de 1898, restaurado e adaptado ao equipamento, também abrigará os restos mortais do artista, que será trasladado do Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, para sua terra natal, 26 anos após o falecimento e às vésperas dos 90 anos de nascimento.
“Estamos encerrando nossa gestão pagando um débito histórico com Jackson do Pandeiro. Ele volta pra casa , definitivamente”, comemora o prefeito Hildon Régis Filho, o Bôda.
Além do Memorial, também estará sendo entregue um gigantesco pórtico em forma de pandeiro, instalado na entrada da cidade, circundado por uma placa proporcional ao monumento, com os dizeres: “Alagoa Grande – Terra de Jackson do Pandeiro”.
Aliado aos aspectos memorialísticos, integrados por indissolúveis componentes históricos e culturais, o projeto do Memorial Jackson do Pandeiro traz em sua essência um nítido apelo turístico, ampliando as possibilidades sócio-econômicas do município, que vai, aos poucos, recuperando a capacidade produtiva, após a tragédia de Camará, ocorrida em 2006.
Para os idealizadores do projeto, Jackson do Pandeiro, Margarida Maria Alves e Oswaldo Trigueiro, em Alagoa Grande; Pedro Américo e José Américo, em Areia; e Augusto dos Anjos e as Ligas Camponesas, em Sapé, entre outras personalidades e temáticas da região, podem ser impulsionadores no aumento do fluxo de visitantes, ampliando e diversificando as oportunidades da população, hoje totalmente dependente de safras incertas e do poder público.
“O turismo cultural é uma das saídas para o desenvolvimento desses municípios”, reforça o jornalista Fernando Moura, biógrafo do homenageado e curador do projeto.
Para celebrar o momento, haverá as apresentações dos grupos Quinteto da Paraíba e Os Cabra de Mateus. Com reconhecimento internacional, o Quinteto da Paraíba é hoje uma das mais importantes expressões da música instrumental e erudita do país, aliando um estilo bem brasileiro de tocar às sonoridades planetárias, numa postura conceitual semelhante à adotada por Jackson do Pandeiro, que pegava todos os ritmos, dava um molho próprio e surgia sempre com algo inovador.
Os Cabra de Mateus, seguindo a linha do autêntico forró pé-de-serra, é, também, uma genuína representação da boa música feita na atualidade na Paraíba, continuando uma tradição que já teve Jackson, Sivuca e Marinês como arautos dessa excelência musical.
Ainda na ocasião da inauguração, será exibido o documentário “Jackson do Pandeiro – Uma identidade nacional”, trazendo depoimentos de artistas, amigos, parentes e estudiosos, além de imagens e falas do próprio Jackson, num trabalho de pesquisa realizado por Érico Sátyro e Gilson Renato, que também dirige o vídeo.
O documentário, com cerca de 15 minutos, será exibido para os visitantes, no dia-a-dia do memorial. Outra novidade para o dia é a reestruturação do portal www.jacksondopandeiro.com.br , com nova feição gráfica, que vai permitir mais dinâmica e interação entre os fãs do Rei do Ritmo.
Também será apresentada ao público presente a exposição “Vida e Obra do Rei do Ritmo”, composto de textos e 180 imagens com legendas, em banner's medindo 0,90 X 1,50, que deverão circular, posteriormente, por escolas e ambientes da região.
Neuza Flores, viúva do homenageado, comenta a importância da ocasião. “De onde estiver, Jackson estará feliz, vendo sua terra reconhecer o talento e a perseverança de um filho seu. Todos nós estamos felizes. Esse é um momento para ser guardado para sempre na lembrança e no coração”, arremata.
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