Grota do Angicos
Há algum tempo foi noticiado que um velho enterrado no cemitério da cidade mineira de Buritis seria o nosso lendário Virgulino Ferreira da Silva.
Ora, apesar da certeza dos mistérios que envolvem a fatídica grota do Angico, local onde a história registra, atesta e assevera com todas as letras, o épico acontecimento de 28 de julho de 1938, quando no cerco vitorioso da polícia alagoana, comandada pelo Tenente Bezerra, foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros. Sempre e sempre, na medida dos meus limitados conhecimentos, faço em afirmar e reafirmar, estribado nas puras convicções, de que a grota do Angico guarda um desconhecido mistério.
Em meu trabalho "Lampião Além da Versão", no capítulo "Mentiras e Mistérios de Angico", estão registrados vários depoimentos e fatos dos que viveram as horas terríveis do cerco aos bandidos. E quem leu o livro há de observar que realmente existem muitas historietas nos acontecimentos que culminaram com a morte do rei do cangaço.
Pois bem! Foi um espanto e com um grito íntimo de vitória perante as minhas pesquisas em relação aos mistérios de Angico, quando soube do fato do velho de Buritis com a possibilidade do mesmo ser Lampião.
É evidente que não podemos desconhecer o quanto este assunto é delicado. Estão mexendo com um fato que tem mais de meio século de História, portanto, o cuidado é de primordial importância e não se sair por aí fazendo afirmações demagógicas e loucas, que serviriam de zombaria e chacota. É claro que, de minha parte, jamais arriscaria a me expor ao ridículo, fazendo perigosas e tão sérias afirmativas, no entanto, posso asseverar e garantir que tudo que se relaciona com a grota de Angico é envolto em um tremendo mistério, e que tudo ali pode ter acontecido, desde a morte de Lampião até mesmo a sua minuciosamente preparada fuga. Acontecimento, aliás, que não seria nenhuma novidade, uma vez que outras deserções aconteceram perante a vida cangaceira, dentre muitas a de Sinhô Pereira, o lendário cangaceiro do Pajeú, que teve o privilégio de ter sido o chefe e mestre de Virgulino. Outro foi seu parente e imediato Luís Padre.
Sem podermos arriscar, somos obrigados a admitir a possibilidade de que o maior dos cangaceiros tenha seguido o exemplo do antigo e extraordinário chefe, portanto, nada empecilha aos estudiosos, historiadores, e até mesmo às autoridades envolvidas com a nossa história, ou a quem de direito, que vá à fundo, que verifique 'in loco' ou trajetoriamente.
Em conversa telefônica há dias passados com o mestre e amigo Antônio Amaury, ele dizia-me estar prestes a editar um livro que irá provar que o cerco de Angico não foi idealizado para Lampião ser morto, quem deveria morrer era justamente o coiteiro Pedro de Cândido. Dizia ainda o nosso conceituado e afamado historiador que Joca Bernardes, o coiteiro tido e havido como o traidor de Lampião, não era coiteiro do mesmo e sim de Corisco e, mais, Amaury deu-me uma séria afirmativa ao dizer-me que Joca Bernardes nem conhecia Lampião.
Quanto ao pedido do fotógrafo José Geraldo Aguiar em relação ao DNA do corpo do velho de Buritis sou da opinião de que seja realizado o exame. Se o mesmo der positivo ou negativo nada mudará aquilo que foi a marca registrada do rei dos cangaceiros, o seu caráter, sua valentia, sua índole de guerreiro, que, mesmo depois de todas essas eras dos mistérios de Angico ainda consegue fazer dos povos, simples repensadores dos seus passos, de sua história. E que, seja como for tudo isto ainda é prova da estratégia daquele que foi o maior dos estrategistas, traçando passos no ontem, no hoje e para a eternidade.
(*) Escritor e radialista, O Caipira de Poço Redondo (SE), Sócio da SBEC.
Ora, apesar da certeza dos mistérios que envolvem a fatídica grota do Angico, local onde a história registra, atesta e assevera com todas as letras, o épico acontecimento de 28 de julho de 1938, quando no cerco vitorioso da polícia alagoana, comandada pelo Tenente Bezerra, foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros. Sempre e sempre, na medida dos meus limitados conhecimentos, faço em afirmar e reafirmar, estribado nas puras convicções, de que a grota do Angico guarda um desconhecido mistério.
Em meu trabalho "Lampião Além da Versão", no capítulo "Mentiras e Mistérios de Angico", estão registrados vários depoimentos e fatos dos que viveram as horas terríveis do cerco aos bandidos. E quem leu o livro há de observar que realmente existem muitas historietas nos acontecimentos que culminaram com a morte do rei do cangaço.
Pois bem! Foi um espanto e com um grito íntimo de vitória perante as minhas pesquisas em relação aos mistérios de Angico, quando soube do fato do velho de Buritis com a possibilidade do mesmo ser Lampião.
É evidente que não podemos desconhecer o quanto este assunto é delicado. Estão mexendo com um fato que tem mais de meio século de História, portanto, o cuidado é de primordial importância e não se sair por aí fazendo afirmações demagógicas e loucas, que serviriam de zombaria e chacota. É claro que, de minha parte, jamais arriscaria a me expor ao ridículo, fazendo perigosas e tão sérias afirmativas, no entanto, posso asseverar e garantir que tudo que se relaciona com a grota de Angico é envolto em um tremendo mistério, e que tudo ali pode ter acontecido, desde a morte de Lampião até mesmo a sua minuciosamente preparada fuga. Acontecimento, aliás, que não seria nenhuma novidade, uma vez que outras deserções aconteceram perante a vida cangaceira, dentre muitas a de Sinhô Pereira, o lendário cangaceiro do Pajeú, que teve o privilégio de ter sido o chefe e mestre de Virgulino. Outro foi seu parente e imediato Luís Padre.
Sem podermos arriscar, somos obrigados a admitir a possibilidade de que o maior dos cangaceiros tenha seguido o exemplo do antigo e extraordinário chefe, portanto, nada empecilha aos estudiosos, historiadores, e até mesmo às autoridades envolvidas com a nossa história, ou a quem de direito, que vá à fundo, que verifique 'in loco' ou trajetoriamente.
Em conversa telefônica há dias passados com o mestre e amigo Antônio Amaury, ele dizia-me estar prestes a editar um livro que irá provar que o cerco de Angico não foi idealizado para Lampião ser morto, quem deveria morrer era justamente o coiteiro Pedro de Cândido. Dizia ainda o nosso conceituado e afamado historiador que Joca Bernardes, o coiteiro tido e havido como o traidor de Lampião, não era coiteiro do mesmo e sim de Corisco e, mais, Amaury deu-me uma séria afirmativa ao dizer-me que Joca Bernardes nem conhecia Lampião.
Quanto ao pedido do fotógrafo José Geraldo Aguiar em relação ao DNA do corpo do velho de Buritis sou da opinião de que seja realizado o exame. Se o mesmo der positivo ou negativo nada mudará aquilo que foi a marca registrada do rei dos cangaceiros, o seu caráter, sua valentia, sua índole de guerreiro, que, mesmo depois de todas essas eras dos mistérios de Angico ainda consegue fazer dos povos, simples repensadores dos seus passos, de sua história. E que, seja como for tudo isto ainda é prova da estratégia daquele que foi o maior dos estrategistas, traçando passos no ontem, no hoje e para a eternidade.
(*) Escritor e radialista, O Caipira de Poço Redondo (SE), Sócio da SBEC.
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