SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Vingança, Não!

Juarez Filgueiras de Góis (*)

Capa do Livro

Quando estudava em Cajazeiras - PB, no Seminário Nossa Senhora da Assunção, li um livro intitulado VINGANÇA NÃO. O qual se presumia subjetivamente: “Violência, não!”. O mais interessante é que o autor - filho de Chico Pereira, é conhecido como Padre Pereira, domiciliado em João Pessoa e falecido recentemente, no dia 22 de janeiro de 2007 – estudou Teologia em Recife com o Padre Martin Salgado, filho do Major Salgado, da cidade de Pombal - PB, que, segundo consta, foi um dos que prendeu Chico Pereira, pai do Chico Pereira jornalista e padre. Martin Salgado foi vice-prefeito daquela cidade sertaneja.
Quem já leu VINGANÇA NÃO - Livraria Freitas Bastos S/A, 1960 - com prefácio da Rachel de Queiroz, sabe muito bem do enredo da história e de como foi o fim de Chico Pereira.
Era adolescente na época em que conheci o Padre Salgado, aliás, foi um dos meus Professores no Seminário, quando este ele estava pra se ordenar. Os colegas comentavam a amizade dos dois, Salgado e Pereira, quando dos comentários do conteúdo do livro, o que nunca saiu da minha memória, principalmente quando reflito que, os dois são oriundos de uma região que, ainda hoje, se aplica a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”.
Mas, se a Paz é necessária, é também possível quando se tem Deus como princípio e razão de viver. Se não tivesse recebido uma formação religiosa, nascido e crescido no sertão, como fui, em um ambiente litigioso, quem sabe onde estaria hoje? Por esta razão procurei fugir sempre dos atos de violência, porque vejo na razão da vida um ato de amor.
Os dois Padres foram amigos, tudo por conta da civilização e da formação que receberam. DEUS foi, no entanto, o principal protagonista nessa peça ‘não fictícia’, mas real, nordestina e acontecida no interior da Paraíba, no tempo do Coronelismo. Deus seja louvado!Não entendo como o fanatismo ultrapassa fronteiras e chega ao mundo civilizado como a Europa, continente de uma experiência milenar. Ultimamente a violência tem tomado conta de alguns Países da Europa, nas vias públicas e, até mesmo, nos estádios de futebol, deixando centenas de pessoas feridas ou mortas.
É de se lamentar que o Panamá já tenha passado por momentos de violência , resultado talvez do mundo das drogas, mas tendo como pano de fundo um país desenvolvido, tido como potência do mundo, os Estados Unidos da América do Norte, que não respeita a auto-determinação dos Povos. E na Europa? Não se entende como países deste continente, que se diz civilizado, possa adotar a violência, como foi o caso da Romênia, país cujo índice de analfabetismo é bastante baixo. Talvez seja o fim de um socialismo anti-democrático, já falado pelos anos e pela fome de poder dos ditadores do fascismo e do nazismo.
(*) Professor de História e Geografia, pesquisador e diretor do Museu Histórico de Soledade – PB, antiga Ibiapinópolis.

Um comentário:

Claudia Rocha disse...

Li esse livros , e me surpreendi com a narrativa , é o tipo do livro que lhe remete ao tempo .
Achei fascinante a veracidade e beleza dos fatos , a história como a história não mostra , meu irmão tinha um Sebo aqui em João Pessoa e tinha a primeira edição deste livro .
Li e me interessei pelo pelo assunto , mas em livro achei pouca coisa , encontrei mais informações na net.
Enfim o livro é maravilhoso.

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