SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lampião Além da Versão - Retificação

Kydelmir Dantas (*)
Capa do Livro (clique na foto para ampliar)
Sobre os nomes dos cangaceiros mortos naquele 28 de julho de 1938, o mestre Alcino Alves Costa - autor do livro cuja capa ilustra esta matéria (Sociedade Editorial de Sergipe. Aracaju-SE. 1996) - colocou que:
“O que quase ninguém sabe é que entre os onze mortos em Angico, cinco deles eram filhos de Poço Redondo (SE): Enedina (mulher de Zé de Julião); os irmãos Moeda e Alecrim; Mergulhão e Elétrico (este irmão de Pedro Miguel).”
Sobre o COLCHETE morto em Angico ele escreveu, ser irmão de outro cangaceiro, Pau-Ferro, que foi abatido em Quiribas pelo Destacamento de Poço Redondo.
Alcino Costa comete um erro grave, pois comenta sobre este Colchete, à página 431 do livro citado:
“Não confundir esse COLCHETE com aquele morto no ataque a Mossoró, no dia 13 de junho de 1927, na passagem de Lampião por Mossoró, quando foi baleado e imediatamente assassinado pelo civil Manuel Duarte, um dos defensores da cidade atacada.”
Quem conhece melhor a História da Resistência de Mossoró ao ataque do bando de Lampião, na tarde do dia 13 de junho de 1927, sabe que aqui foram mortos 2 cangaceiros: JARARACA e COLCHETE e que saíram pelo menos quatro baleados. Um gravemente e que veio a morrer 3 km após a fronteira dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará.
JARARACA- José Leite de Santana – foi baleado duas vezes, na coxa e no peito; uma por Manoel Duarte e outra por Francisco Gomes Pinto. Preso no dia seguinte (14/06) foi encaminhado a Cadeia Pública e ‘justiçado’ seis dias após. Hoje é um dos túmulos mais visitados no dia de Finados em Mossoró. Há até quem acredite que obra milagres, ou seja, como escreveu o jornalista Fenelon Almeida: O cangaceiro que virou santo.
COLCHETE foi atingido na cabeça e morreu de imediato. O tiro veio da arma do Manuel Duarte, que estava na trincheira do Prefeito Rodolpho Fernandes, sobre a casa. Seria impossível, no momento da luta, que aquele nobre defensor descesse do local onde estava e fosse ‘assassinar um cadáver’. Portanto, NÃO PROCEDE ESTA INFORMAÇÃO DO NOBRE ESCRITOR, que deve ter conseguido de uma fonte equivocada com a história real.
Fonte: BRITO, Raimundo Soares de & GURGEL, Antonio. Nas Garras de Lampião – Diário do Coronel Gurgel. Fundação Vingt-un Rosado/Coleção Mossoroense. Mossoró-RN, 1997.
Cruz da Grota de Angico (Poço Redondo - SE) onde morreram os cangaceiros.
Foto Paulo Gastão - Acervo SBEC (clique na foto para ampliar)
OS QUE REALMENTE MORRERAM EM ANGICO

Lampião, Maria Bonita, Enedina, Luis Pedro, Moeda, Quinta-Feira,
Alecrim, Elétrico, Colchete, Mergulhão e Macela


(*) Pesquisador e atual Presidente da SBEC

Um comentário:

Fábio disse...

Olá, Kydelmir
Gostaria de saber como obter um exemplar ou ter acesso a esse trabalho do Alcino A. Costa.
Abraço e obrigado
Fábio Menezes

acessos nos últimos 30 dias